10 janeiro - Azul é a cor mais quente (2013) - Abdellatif Kechiche



Adéle tem 15 anos e vive o tempo de sua idade, os estudos, o grupo de amigos, os passeios, as manifestações políticas. Adéle é alertada pelas colegas, também adolescentes, sobre o desejo que causa em um dos rapazes do seu colégio. Ambos transam e ela percebe que algo está faltando, percebe também que este algo que falta, pode ser encontrado em Emma, uma artista plástica de cabelos azuis que cruza por ela em uma rua. Elas têm um primeiro contato, num outro momento, quando se encontram coincidentemente num bar L.
A aparição de Emma, na saída do colégio de Adéle, causa algumas tensões com seus colegas.(Tensões estas que eu esperava que fossem mais desenvolvidas no filme, mas não). O filme dá um salto no tempo e encontramos Adéle vivendo com Emma, numa apaixonada relação, que apesar das expectativas profissionais diferentes de cada uma, prospera. As duas protagonizam cenas longas e tórridas de sexo que, aparentemente não se abrem a outros significados ou acrescentam muita coisa ao filme.
Adéle, talvez pela imaturidade, talvez pelo peso do mundo, acaba por trair Emma que não a perdoa. O filme dá outro salto e temos agora uma Adéle mais velha, assexuada e triste, vivendo para o trabalho de professora que tanto apostava.
Três anos após a separação, o ex-casal se reencontra para falar de suas realizações e incompletudes.
Kechiche não é muito adepto do corte de edição, o filme que tem quase 3 horas de duração desnecessariamente, tem o mérito maior de retratar a situação de boa parte da juventude homossexual: a descoberta da sexualidade, enfrentamentos familiares e sociais e o desejo inominável acontecendo à revelia de tudo.

Azul é a cor mais quente (2013)
Abdellatif Kechiche   

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