Adéle tem 15 anos e vive o tempo
de sua idade, os estudos, o grupo de amigos, os passeios, as manifestações
políticas. Adéle é alertada pelas colegas, também adolescentes, sobre o desejo
que causa em um dos rapazes do seu colégio. Ambos transam e ela percebe que
algo está faltando, percebe também que este algo que falta, pode ser encontrado
em Emma, uma artista plástica de cabelos azuis que cruza por ela em uma rua.
Elas têm um primeiro contato, num outro momento, quando se encontram
coincidentemente num bar L.
A aparição de Emma, na saída do
colégio de Adéle, causa algumas tensões com seus colegas.(Tensões estas que eu
esperava que fossem mais desenvolvidas no filme, mas não). O filme dá um salto
no tempo e encontramos Adéle vivendo com Emma, numa apaixonada relação, que
apesar das expectativas profissionais diferentes de cada uma, prospera. As duas
protagonizam cenas longas e tórridas de sexo que, aparentemente não se abrem a
outros significados ou acrescentam muita coisa ao filme.
Adéle, talvez pela imaturidade,
talvez pelo peso do mundo, acaba por trair Emma que não a perdoa. O filme dá
outro salto e temos agora uma Adéle mais velha, assexuada e triste, vivendo
para o trabalho de professora que tanto apostava.
Três anos após a separação, o
ex-casal se reencontra para falar de suas realizações e incompletudes.
Kechiche não é muito adepto do
corte de edição, o filme que tem quase 3 horas de duração desnecessariamente,
tem o mérito maior de retratar a situação de boa parte da juventude
homossexual: a descoberta da sexualidade, enfrentamentos familiares e sociais e
o desejo inominável acontecendo à revelia de tudo.
Azul é a cor mais quente (2013)
Abdellatif Kechiche
Azul é a cor mais quente (2013)
Abdellatif Kechiche
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