O dia em Roma,deslumbrante, iluminado e quase
sacro, opõe-se radicalmente às noites de batidão em que vive Jep Gambardella,
um jornalista de 65 anos.
Jep, que chegou em Roma muito jovem,
autor de um livro que lhe rendeu fama e dinheiro, troca a noite pelo dia, desfrutando de
luxuosas e cafonas festas promovidas pelos amigos intelectuais e ricos. O rei mundano,
como gosta de ser reconhecido, foi incapaz de escrever outro livro, porém, durante
sua jornada na vida loca, é tocado, em alguns momentos, por pequenos acontecimentos (a morte de seu
amor de infância; a despedida decepcionada de Roma, feita pelo amigo; um
encontro com um artista que se fotografa diariamente desde o nascimento; o
contato com uma religiosa penitente que se alimenta de raízes) que podem lhe trazer
de volta um sentido na busca pela grande beleza.
Comparações à parte com a Doce vida de Fellini, Sorrentino nos mostra a decadência de uma sociedade de forma sublime e divertida. Poético e estranho, a grande beleza mistura morte, vida, arte e frivolidade e nos fala dos dias vazios, situações de acomodamento e inversão de valores, próprios de nosso tempo.
A Grande Beleza (2013)
Paolo Sorrentino
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