08 janeiro - Hunger (2008) - Steve McQueen



Em 2007, durante a bienal do Mercosul, tive meu primeiro contato com Steve Macqueen. Os trabalhos Western Deep, apresentado numa sala escura, e Carib’s Leap, formado por duas projeções simultâneas apresentadas numa sala clara, exigiam do espectador tempo e disposição para completar as várias linhas de pensamento lançadas nos longos, misteriosos e belos planos que compunham as duas narrativas. Os trabalhos de MacQueen são experiências densas e impregnantes que surgem de situações factuais, abertos para quem se dispõe a enfrentá-los.
Em Hunger, seu longa de 2008, MacQueen utilizada os mesmos longos e densos planos, para falar agora sobre as torturas sofridas na prisão por um grupo de militantes do IRA, quando perdem o status de preso político, e da greve de fome levada por eles, mas, especificamente focada na figura do ativista Bobby Sands. Quase sem diálogos, é através das imagens impactantes e belas, como as cenas finais de Sands depois de 66 dias sem comer, que Mac Queen nos atinge e se firma, cada vez mais, com um trabalho que realmente tem pertinência neste território de cruzas entre cinema e artes visuais.

Hunger (2008)
Steve McQueen

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