Hedwig, com seu visual
singularíssimo, se apresenta em restaurantes e lanchonetes baratos para um público
parco e desavisado de suas explosivas performances, sempre acompanhada de sua
banda the Angry Inch. Entre um barraco e um número musical, vamos conhecendo o
passado de Hedwig e como chegou à atual situação. Quando vivia em Berlim ainda com o nome de
Hensel, para fugir do regime comunista fez uma cirurgia de mudança de sexo (mal
executada), casou-se e veio para a América, onde em seguida foi abandonado.
Trabalhando como babá, conhece o adolescente Tommy Speak, com quem tem um relacionamento
carinhoso e tenso. Hedwig ensina os princípios do bom rock ao garoto, que acaba
lhe roubando as músicas e, rebatizado com o nome de Tommy Gnosis, torna-se o
astro com o reconhecimento que Hedwig sempre quis ter.
Hedwig, interpretado pelo próprio
diretor, é um sujeito complexo que apesar do peso das escolhas erradas, toca a
bola pra frente, se colocando em situações que vão do drama a comédia em
instantes. A crueza das apresentações do grupo são espetacularmente marcantes e
autobiográficas. A partir de uma estória sobre um garoto nascido em Berlim no
dia em que foi erguido o muro, Cameron Mitchell constrói uma impactante opera
rock’n roll de plumas e osso.
Hedwig:
Rock, Amor e Traição (2001)
John
Cameron Mitchell
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